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Os Patos da Ribeira de Abade

A ponte do Freixo compreende as margens. Maria Arminda desliza de vagares pelas águas. Ulisses aguarda, baloiçando na incandescência saltitante das estrelas agrupadas pela acalmia do douro. Senhora da Sorte e Estrela do Dia parecem de vigília, quase sempre no mesmo lugar. Noutras alturas a cidade desaparece sob nevoeiro flutuante que se abate sobre as margens e, tu estás aqui, num espaço superior entre os sentidos. Há barcas e barcos à pesca no rio. Hoje é Janeiro. Se reparares, junto ao cais das barreiras sito a pousada do porto há um edifício de quatro telhados cor-de-rosa preso a dois amarelos. Aqui os rituais do amor pertencem aos patos de penas verdes que vieram do parque biológico e são reais. Há gaivotas e gaivotas. Da harmonia vês a ponte 

Os Patos da Ribeira de Abade, 2009, In Vestidos De Regadio, 2014, Alberto Moreira Ferreira