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Escapar

Um dia acordas submersa na escuridão
Temes a luz, e o mundo que aumentou
Não vais abrir as janelas, desmanchas-te
Pensas que partiste no derradeiro sono
Maio não ouve e - ao terceiro um cadáver chama por ti
Arrastas o dia por dentro para que a sombra não vença
Escondes os dois para que os outros não vejam
Mas depois escreves isto: A minha alma vive para
E a manhã seguinte alegra-se pela próxima
O negrume é como um vírus
Voltam a abrir-se as janelas
Verás quase um rio
Maldito chapéu


Escapar, 2011, In Vestidos De Regadio, 2014, Alberto Moreira Ferreira