Uma gaivota ousa em lugares de embalar
Às vezes no cais do mar os telhados de tempo volátil anoitecem
E nos momentos de azul falta um rosário
Uma gaivota por isto e por aquilo afasta-se lentamente
Um lobo devasta ruas para abrir uma porta
Houve momentos no mar em que a praia foi-me desilusão
Havia um pé sozinho no encarnado da estrada
E as cartas no jardim de infância reagindo diante a música
Um oásis é um velho trapo num lugar onde já não vive ninguém
Se os pássaros mostrassem ao mundo como sorriem
Guardava os Outonos que abrigam um inverno todo o dia
E o iodo prefere ir um pouco mais... à lua
Às estrelas permanentes e calmas da terra
Uma gaivota é como se sente, a despedir
De Um Pássaro Que É O Meu, 2010, In Vestidos De Regadio, 2014, Alberto Moreira Ferreira